As deficiências minerais são causa de prejuízos na bovinocultura brasileira, e são bem conhecidas, estudadas e relatadas em todo o território nacional. Dentre as deficiências minerais a mais importante é a de fósforo (P), principalmente para bovinos mantidos em regime extensivo. A deficiência de P ocorre principalmente por haver em todo o país solos com algum grau de limitação fosfórica; logo ocorre menor concentração do mineral na forragem, refletindo diretamente nos bovinos. A deficiência de P pode se manifestar de forma subclínica, onde os prejuízos são discretos ou na forma clínica com diminuição brusca na produção, fraturas frequentes, diminuição da resistência contra doenças, emagrecimento progressivo, pelos ásperos e a osteofagia, que pode levar a acidentes (engasgos) ou até mesmo a morte pela ingestão da toxina do Clostridium botulinum. Este estudo foi dividido em duas épocas experimentais, contemplando os anos de 2017, 2018 e 2019, em uma fazenda de gado de corte no município de Valença - RJ. O objetivo foi testar duas misturas minerais (40gP/kg ou 0gP/kg). Foram realizados dois experimentos; o primeiro somente com nulíparas e o segundo com multíparas, de todas as idades. Todos os animais, nos dois experimentos, estavam com prenhez confirmada. Durante o primeiro experimento foi realizado a divisão dos dois grupos (40gP/kg e 0gP/kg), o exame clínico nutricional periódico, teste da agulha, biópsias ósseas, pesagens, coleta de sangue, fezes, pastejo simulado e acompanhamento do consumo dos suplementos. Durante a segunda fase experimental foi realizado a divisão dos grupos e acompanhamento clínico-nutricional, controle zootécnico, o consumo e pesagens dos animais. O custo da mistura com 40gP/kg foi de R$0,81 e o 0gP/kg foi de R$0,50, sendo a despesa com a suplementação mineral equivalente a 1,8% (2017), 2,2% (2018) e 1,30% (2019) do custo operacional efetivo. O consumo do grupo 40gP/kg foi de 38,8g/UA/dia (experimento 1) e 32,7g/UA/dia (experimento 2); já o grupo 0gP/kg consumiu 25,7 g/UA/dia (experimento 1) e 28,5g/UA/dia (experimento 2). O maior consumo da mistura 40gP/kg se deveu ao maior teor de P na fórmula, o que obviamente reduz a concentração de NaCl. Através das amostras ósseas foram estimados a densidade mineral óssea, a espessura da cortical, a densidade específica óssea e a análise histológica. Também foi coletado sangue para a dosagem de sérica de P. Nenhuma matriz apresentou achados compatíveis com a deficiência de P. Durante todo o período experimental foi realizado a coleta de fezes e o pastejo simulado; os resultados demostram que os bovinos do grupo 40gP/kg excretaram maior quantidade P no ambiente quando comparado aos bovinos que foram suplementados somente com NaCl e os resultados das concentrações de P na forragem mostram a similaridade do pastejo onde as matrizes foram alojadas, bem como a variação da concentração do P na forragem durante os meses avaliados. Conclui-se que nenhuma matriz apresentou deficiência de P, independente do grupo e fase fisiológica. Porém, a suplementação somente com NaCl foi eficiente para manutenção das vacas de todas as categorias, apresentando menores custos. A fazenda, após o desenvolvimento do estudo, optou por suplementar o rebanho somente com NaCl.