Plano Acadêmico:
O Programa de História Social da FFLCH/USP é o mais antigo e um dos maiores de país, sendo responsável pela titulação de quadros que hoje atuam em praticamente todas as universidades brasileiras.
No momento, o Programa conta com 70 professores permanentes, sendo 12 aposentados e 11 colaboradores. Há, entre os docentes, 25 professores com bolsa de produtividade CNPq, sendo 11 na categoria 1 (2 deles na categoria 1A; 2 na categoria 1B; 2 na categoria 1C e 5 na categoria 1D), 14 na categoria 2 e 1 na categoria SR. A atuação dos docentes do Departamento de História em veículos da mídia é constante, bem como sua participação em bancas examinadoras e eventos de toda natureza, no país e no exterior. No biênio 2013/2014, 36 professores-visitantes ministraram disciplinas, sendo 26 estrangeiros (ver campo “internacionalização” para maiores detalhes) e 10 brasileiros (6 são quadros de Universidades estaduais ou federais e 4 Pós-Doutorandos).
A situação atual, portanto, permite otimismo, pois a partir de 2003 foram contratados 23 professores, sendo 1 em 2007 e mais 3 aprovados em concursos no inicio de 2008. Muitos deles são professores e pesquisadores experientes, com formação e tempo de carreira em outras instituições de ensino superior nacionais. Outros são jovens docentes e pesquisadores, com grande potencialidade. Com esses novos ingressos, ocorreu uma diversificação expressiva do corpo docente, notadamente no campo da demografia, dos estudos sobre os Estados Unidos, Oriente Próximo, Ásia, Brasil Monárquico, História Ibérica Moderna e Contemporânea, História da África e História da Ciência – especialidades que tinham, entre nossos professores, menor expressão ou pequeno número de praticantes. Também recebemos novos professores em Teoria e Metodologia da História, e deverão ser contratados dois aprovados para atuar em Metodologia do Ensino de História.
Além do crescimento interno do Departamento de História, também aumentou sua articulação com outros setores da própria USP, a exemplo da vinculação com os cursos de Relações Internacionais e de Integração da América Latina, ambos oferecidos no nível da Reitoria, e da colaboração, a partir de 2003, de 2 pesquisadores contratados pelo IEB, que ministram cursos regularmente no Departamento.
Do ponto de vista mais propriamente organizacional do Programa, a Coordenação, eleita em maio de 2006, empenhou-se em dar continuidade às políticas anteriormente implantadas e bem sucedidas, visando a manter o padrão de excelência do Programa, tais como: fortalecimento das linhas de pesquisa, participação efetiva dos professores aposentados, e incentivo às publicações de alunos e professores. A coordenação também tem cumprido uma agenda de aprimoramento de vários aspectos do Programa, como encorajamento à vinda de professores visitantes estrangeiros e à participação de professores e alunos do Programa em cursos, palestras e eventos, melhoria da divulgação de nossa produção bibliográfica e apoio à realização de convênios e acordos de cooperação nacionais e internacionais.
Os docentes do Programa de Pós-Graduação em História Social da FFLCH/USP se articulam em torno das linhas de pesquisa:
• História da Cultura
• História dos Movimentos e das Relações Sociais
• História Política
• História da Ciência e da Técnica
• Historiografia e Documentação
• Cultura Material, Cultura Visual e Patrimônio
• Escravidão e História Atlântica
No ano de 2013, estavam inscritos no Doutorado 241 (44 ingressantes) alunos e no Mestrado 181 (57 ingressantes), além de 9 alunos matriculados no Doutorado Direto, conforme regras da USP. O Programa titulou 44 mestrados e 43 doutorados. Em 2015 (janeiro a maio), foram defendidos 39 trabalhos, sendo 19 mestrados e 20 doutorados. Em 2013 e 2014, foram defendidos 177 trabalhos, entre mestrados e doutorados.
Participarão do Convênio os seguintes docentes, todos professores permanentes do Programa:
- MARCOS ANTONIO DA SILVA (Coordenador).
Ana Maria Camargo Francisco Carlos Palomanes Martinho (só ministrará disciplinas)
Gildo Magalhães dos Santos (só ministrará disciplinas)
Julio Cesar Pimentel Pinto Filho Marcelo Cândido
Márcia Regina Barros da Silva
Maria Amélia Dantes
Mary Anne Junqueira Maurício Cardoso
Peter Demant (só orientará)
Raquel Glezer (só orientará)
Zilda Márcia Grícoli Iokoi
Os doutorandos deverão, obrigatoriamente, freqüentar um total de 2 disciplinas de 8 créditos cada, ou outro número de disciplinas que iguale ou supere a soma de créditos prevista, no Programa de História Social ou noutros programas pós-graduados da USP, quando fizerem seus estágios obrigatórios em São Paulo. Quatro disciplinas serão ministradas pelos docentes do Programa de História Social da FFLCH/USP que integram a relação supra no campus da UFCG (Campina Grande - PB). A definição dessas disciplinas se dará a partir de diálogo entre a Coordenação do DINTER e os colegas paraibanos, levando em conta os seguintes fatores:
a) Campos temáticos e periodizações mais trabalhados no conjunto dos pré-projetos.
b) Campos temáticos e periodizações mais carentes de formação suplementar para os inscritos no DINTER.
c) Efetiva disponibilidade para viagem e permanência de cada docente uspiano, durante duas semanas, na UFCG. Alguns dos docentes já avisaram que querem participar do convênio como orientador, mas têm dificuldades pessoais e profissionais para aquela permanência fora de São Paulo.
Haverá atividades desenvolvidas na forma de videoconferências, a cargo daquele conjunto de docentes da FFLCH/USP. A orientação a distância se processará através de recursos da Internet.
Durante o estágio obrigatório dos doutorandos, evidentemente, haverá colóquios pessoais com os Orientadores, que desenvolverão questões atinentes ao encaminhamento das pesquisas.
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A FFLCH/USP, promovendo esse DINTER com a UFCG, tem boa oportunidade de contribuir para a consolidação de uma universidade pública, tanto em termos mais estritos de formação do pessoal docente quanto através de um apoio acadêmico mais amplo: consolidação do acervo bibliográfico, promoção de seminários de pesquisa na sede do convênio e na unidade receptora, publicação de uma coletânea reunindo ensaios dos matriculados no programa e de docentes das duas instituições e de outros pesquisadores a elas relacionados (ex-docentes, ex-discentes) que pesquisem temas compatíveis, etc.
O padrão do Programa de Pós-Graduação em História Social da FFLCH/USP tem merecido excelentes avaliações da CAPES (nota máxima), o que incentiva ainda mais o desenvolvimento de atividades dessa natureza como parte da responsabilidade assumida por nossos docentes em relação a outras universidades públicas brasileiras.
É certo que essa responsabilidade já é satisfeita tradicionalmente, na medida em que o programa atende à demanda de um alunado nacional, e até de estrangeiros. A experiência com o DINTER significa um novo passo nesse campo, quer pela formalização de seu caráter, quer pelo apoio institucional que merecerá da CAPES, que financiará os custos de deslocamento e hospedagem e fornecerá bolsas para os doutorandos, dentre outras despesas.
Os Professores do Programa de Pós Graduação em História Social da FFLCH/USP que participarem do DINTER oferecerão vagas normais para orientação. Quando ministrarem disciplina na UFCG (60 horas, concentradas em duas semanas), ela contará para o cômputo anual de responsabilidade docente. O DINTER não resultará em despesas operacionais para a FFLCH/USP.
4.2 A instituição de ensino superior receptora – UFCG
Campina Grande, um centro universitário no interior do Nordeste
Campina Grande, a segunda maior cidade do interior do Nordeste, se afigura como um entroncamento de rotas comerciais e culturais. Trata-se de uma cidade pólo, para a qual acorrem, todos os anos, milhares de estudantes provenientes de diversas sub-regiões do Estado da Paraíba, a exemplo das cidades do Brejo, Curimataú, Cariris Velhos e Sertão, e de inúmeras cidades dos demais Estados nordestinos, a exemplo do Rio Grande do Norte, Pernambuco, Ceará, Maranhão, Piauí, etc. Outrossim, também acorrem para a cidade, hoje conhecida como uma cidade eminentemente universitária, pesquisadores e estudantes de pós-graduação vindos de Pernambuco, do Rio Grande do Norte, da Bahia, do Maranhão, do Piauí, do Ceará, da Europa Continental e até de países asiáticos como a Índia e de países africanos de língua portuguesa, com os quais a UFCG mantém convênios institucionais e recebe, anualmente, estudantes para cursarem graduação e pós-graduação.
A Universidade Federal de Campina Grande, emancipada da Universidade Federal da Paraíba no ano de 2002, tem se destacado pela capacidade de atender às demandas regionais por capacitação profissional, cobrindo, com seus quatro campi (Cajazeiras, Patos, Sousa e Cuité), quase todo o território paraibano, não esquecendo dos outros Estados da região.
Também é importante que, em razão das linhas de pesquisas propostas e das perspectivas teórico-metodológicas que lhes servem de suporte, a história social e/ou cultural e a nova história política, o programa despertará o interesse de toda a comunidade acadêmica de história, com candidatos provenientes até mesmo das áreas nordestinas cobertas com cursos de mestrado. Com isto, espera-se que o público alvo extrapole e muito aquele circunscrito às áreas diretamente sob a influência de Campina Grande.
A Universidade Federal de Campina Grande é um espaço privilegiado para a criação de um mestrado em cultura e sociedade, de forma a continuar o seu plano de desenvolvimento regional, já marcado pelos projetos de apoio aos moradores do semi-árido e de expansão institucional (recentemente a UFCG abriu mais um campus, desta feita na cidade de Cuité-PB e está em vias de implantação de um campus na cidade de Sumé, na microregião do cariri). O município fica encravado no Agreste da Borborema, estrategicamente situado nos interstícios geográficos que cruzam Sertão, Agreste, Cariri, Seridó e Curimataú, além de ser porta de entrada para o litoral paraibano. Ficou famoso além de suas fronteiras pelos “Tropeiros da Borborema”, comerciantes que faziam a ponte sertão-litoral em tropas de burros e cavalos, levando e trazendo mercadorias.
O século XX deu novas configurações cartográficas à “Rainha da Borborema”. Entreposto comercial, o algodão do sertão e do Seridó potiguar escoava para cá, fazendo Campina Grande crescer em riqueza e em população. Cresciam as casas residenciais e comerciais e a riqueza trazida pelo algodão exigia novos projetos políticos e culturais para a cidade. A partir dos anos 20, reformas urbanas são feitas em suas ruas e praças, com o objetivo de atrair cada vez mais investidores. Aos poucos, a cidade de Campina torna-se a maior urbe do interior do Nordeste, ganhando não apenas centenas de casas comerciais, mas também escolas públicas e privadas, a exemplo do Colégio Alfredo Dantas, Colégio Anita Cabral, Colégio Estadual da Prata, Colégio Pio XI e Colégio Imaculada Conceição. Nos anos 60, a Fundação Universidade Regional do Nordeste instala-se em Campina Grande, contribuindo para o ensino e a pesquisa em nível de graduação, dando visibilidade à cidade como um lugar onde a cultura educacional é privilegiada. Mesmo sendo uma cidade do interior, Campina Grande é percebida como um “grande centro universitário”, pois com pouco mais de 360 mil habitantes, a cidade possui duas grandes universidades públicas (Universidade Federal de Campina Grande e Universidade Estadual da Paraíba), além de várias instituições particulares (Faculdades de Ciências Sociais Aplicadas – FACISA, Faculdades de Ciências Médicas –FCM, Universidade de Campina – UNESC, Centro de Ensino Superior Reinaldo –CESREI, dentre outros pequenos centros de ensino superior).
A cultura educacional campinense é reconhecida fora das fronteiras da Paraíba. Como um centro de formação de profissionais, esta cidade recebe alunos vindos de vários rincões. Estudantes dos Estados de Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte, Piauí, Maranhão e Bahia integram cada vez mais o rol de alunos do Curso de História e de outros cursos desta IES. Para o curso de História, essa realidade torna-se enriquecedora pelas trocas culturais, pelo capital simbólico e pelos empréstimos culturais que ocorrem entre turmas, entre alunos e professores, entre colegas. Vale destacar que essa “polissemia” de alunos vindos de vários cantos do país, enriquece também a escritura das monografias de final de curso, pois várias temáticas acerca da sociedade e da cultura de seus Estados são postos em discussão e análise. Não é apenas a Paraíba que ganha fórum de discussão nos trabalhos de conclusão de curso, mas o Rio Grande do Norte, a Bahia, o Piauí, o Ceará e Pernambuco são retratados em suas várias manifestações sócio-culturais.
A Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) apresenta à Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento (CAPES) o projeto de um Curso de Doutorado Fora de Sede em História, tendo como Instituição Promotora a USP, através de seu Programa de Pós-Graduação em História Social, da FFLCH. Esse projeto pauta-se pelo princípio da garantia da igualdade acadêmica, ou seja, o de conceder aos professores da UFCG o direito à qualificação e à titulação, merecedor de toda atenção por parte das agências públicas de fomento à pesquisa e à pós-graduação.
4.2.1 O Curso de História e a Unidade Acadêmica de História da UFCG:
O Curso de Graduação em história, hoje ministrado na UFCG, foi criado como Bacharelado em História, pela Resolução Nº 23/80, do Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão da UFPB (CONSEPE), no Centro de Humanidades da UFPB, Campus II, a partir da existência da área de História e Geografia do Departamento de Sociologia e Antropologia.
O Curso foi autorizado a funcionar a partir do primeiro semestre letivo de 1980, oferecendo então duas áreas de concentração: História Econômica e Social e História da Arte e Cultura. Em 1985 praticou-se uma reformulação curricular, legalizada pela Resolução Nº 07/86 do Consepe, quando foi estabelecida a habilitação Licenciatura – à qual o aluno poderia passar, após integralizar 70 créditos, correspondentes aos três primeiros períodos do Curso.
Até o início dos anos 1990, a Unidade Acadêmica de História e Geografia (UAHG) voltava-se quase exclusivamente ao ensino de graduação, atividades de pesquisa e extensão universitária, a exemplo das semanas de história, periodicamente realizadas no âmbito do curso de história. O quadro docente era formado por apenas um doutor e dezesseis mestres Mesmo com apenas um doutor, a Unidade Acadêmica de História e Geografia investiu em pesquisas, contribuindo para criar um ambiente em que a pesquisa é pensada como um contributo ao ensino e à extensão.
Ainda no final dos anos 80, um pioneiro projeto de pesquisa é aprovado pelo CNPQ. O projeto integrado de pesquisa intitulado "Fontes para a história do Agreste da Borborema", à frente do qual estava uma equipe de pesquisadores contendo cinco professores e seis alunos bolsistas, constitui um marco em termos de produção historiográfica na e sobre a região. Isto porque, não bastasse tratar-se da primeira experiência coletiva de pesquisa em história, deve-se considerar seu principal objetivo à época: recolher e organizar a documentação que se encontrava dispersa e/ou em vias de ser destruída nos vários arquivos públicos (cartoriais, eclesiásticos e judiciários, dentre outros) e privados (de indústrias, fazendas, casas comerciais e pessoas) das doze cidades do Agreste da Borborema, sendo então organizadas três equipes de pesquisa (uma coordenada por um professor e as duas restantes por dois professores, cada uma com dois alunos bolsistas) para trabalhar em Campina Grande e demais cidades agrestinas, devendo cada equipe, num primeiro momento, levantar e catalogar as fontes existentes e, num segundo momento, higienizar as que fossem selecionadas para guarda e microfilmagem.
O final da década de 80 ainda foi profícuo em termos de produtividade em pesquisa para o nosso departamento, pela aprovação de um outro projeto de pesquisa, com financiamento do CNPq. Intitulado "Estudos acerca do Significado Sócio-Geográfico do Pequeno Comércio em Contexto Sertanejo: Cajazeiras-PB", tal projeto foi elaborado e executado pelo professor Nilson Cortez Crócia de Barros, cujo objetivo estava bastante claro quando veio à tona, isto em fevereiro de 1987: estudar a importância dos pequenos comerciantes, instalados em vendas e/ou barracas, como um canal para a reprodução das camadas trabalhadoras no sertão do estado da Paraíba e demonstrar de que formas essas pequenas micro-unidades contribuíam para a estruturação do espaço geográfico em questão.
O projeto de pesquisa intitulado “Urbanização, Movimentos Sociais e Relações de Poder em Campina Grande (1964-1990)” à frente do qual encontravam-se, num primeiro momento, três professoras (Maria da Guia Santos Gareis, Eliete de Queiroz Gurjão Silva e Martha Lúcia Ribeiro, ficando a coordenação a cargo da primeira) e um professor (Fábio Gutemberg R. B. de Souza) e, num segundo momento, mais um professor (Antônio Clarindo Barbosa de Sousa), foi executado entre março de 1991 e fevereiro de 1994. O projeto original conta com uma alentada apresentação sobre aspectos importantes da história da cidade objeto do tema da pesquisa. Constam, nesta apresentação, informações sobre os seguintes aspectos da vida presente e passada do município de campina grande: a) localização geográfica e estimativa populacional na cidade e no campo; b) lugar ocupado, a partir do início do século XX, como grande centro de trocas em nível regional, com destaque para a economia algodoeira; c) desaceleração de sua economia a partir de meados dos anos 1950, com a conseqüente perda da condição de empório comercial regional; d) incremento do setor de serviços (em especial os médico-hospitalares e educacionais), embora tal crescimento não tenha compensado a crise no comércio e indústria locais; e e) crescimento urbano desordenado, com destaque para o déficit de moradias na periferia da cidade, com a conseqüente invasão de terrenos e proliferação de favelas, sendo este último aspecto o objeto por excelência da proposta de pesquisa.
Não é à toa, por exemplo, que a problematização contida no projeto começava a ser esboçada exatamente a partir desta última faceta da história recente de Campina Grande. Tratava-se de atentar, conforme exposto no projeto, para as recentes mobilizações e conflitos por moradia, transportes coletivos, saneamento básico, saúde etc. Com isto, a pesquisa visava compreender as condições sócio-políticas em que essas mobilizações emergem e o seu significado para a redefinição ou não das relações de poder no âmbito municipal.
O projeto atenta, ainda, para o fato de que tais mobilizações colocavam em cena personagens até então não percebidos pelo "olhar discriminador e autoritário" das elites dominantes e/ou seus porta-vozes nos poderes públicos municipal ou estadual. Esses, como era de se esperar, ficaram perplexos quando essas mobilizações, levadas a efeito por grupos subalternos, surgiram na ordem do dia, em particular por não agirem isoladamente, tendo arregimentado o apoio de sindicatos, igreja, imprensa, organizações de esquerda etc.
Em suma, os termos urbanização, movimentos sociais e relações de poder, que dão título ao projeto, estão devidamente correlacionados e traduzem bem a preocupação de seus autores no tocante à problematização e objetivos. A urbanização que se pretendia estudar, conforme demonstrado, não era mais um processo de urbanização de uma cidade de porte médio, mas de uma cidade de porte médio que atravessava uma “crise econômica sem precedentes”. Isto está diretamente relacionado com os graves problemas sociais que atingiam os setores mais empobrecidos na periferia da cidade, advindo daí as mobilizações e a conseqüente redefinição das relações de poder no município por ocasião do enfrentamento entre os grupos mobilizados e as elites dirigentes.
No conjunto, o projeto foi desenvolvido a contento e rendeu bons frutos. É que além dos inúmeros artigos produzidos para revistas acadêmicas e/ou jornais locais, há a considerar que quase todos os alunos bolsistas envolvidos produziram monografias de conclusão de curso com temáticas resultantes da experiência de pesquisa adquirida no projeto. Acrescente-se ao exposto o fato de que o mesmo contribuiu para o levantamento de um acervo (hoje à disposição do SEDHIR) que cobre um importante capítulo da história recente de campina grande. São dezenas de caixas, assim arroladas: a) relatórios semestrais e/ou finais dos professores e alunos bolsistas; b) fichas de pesquisa em jornais (Diário da Borborema e Jornal da Paraíba); c) ficha da pesquisa em cordéis; d) questionários aplicados em favelas; e) coleção de fotografias; e f) fitas cassetes transcritas.
A idéia de nomear e descrever alguns dos projetos de pesquisa desenvolvidos pelos professores da UAHG justifica-se porque desde a sua criação, os docentes desse curso têm procurado contribuir com o desenvolvimento da UFPB (hoje UFCG), dando visibilidade a uma instituição que tem contribuído para a formação de estudantes de várias regiões do país. Dessa forma, a proposta de criação de um programa de mestrado em História, Cultura e Sociedade dará condições para que tais projetos continuem sendo desenvolvidos, trazendo maior integração desta universidade com outros centros de pesquisa e ensino do país na área de História.
4.2.2 Justificativa da UFCG para a implantação do DINTER
Ao elaborar uma proposta de DINTER em convênio com a Universidade de São Paulo, o Departamento de História da Universidade Federal de Campina Grande estabelece como prioridade a qualificação em nível de doutorado de quinze professores que atualmente compõem os seus quadros docentes de cinco Unidades Acadêmicas da UFCG (Unidade Acadêmica de História, Unidade Acadêmica de História e Geografia do CFP, Unidade Acadêmica de Arte e Mídia, Unidade Acadêmica de Geografia e Unidade Acadêmica de Economia) e possuem a titulação de mestres. Esta proposta foi construída em consonância com os desafios propostos pela Reforma Universitária estabelecida pelo MEC, bem como estimulada pelo Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) da UFCG de 2014-2018, que prevê o aprimoramento qualitativo de seus quadros docentes por meio de incentivos às Pós-Graduações Strictu Sensu.
Ao definirmos uma proposta de DINTER, consideramos que essa modalidade é a que melhor atende às nossas necessidades de aprimoramento profissional no momento, pois permite que em um curto espaço de tempo os professores das Unidades acadêmicas envolvidas, com titulação de mestre, possam ingressar em cursos de doutorado, possibilitando a rápida formação de um quadro de Doutores para fazer frente às demandas institucionais de implementação de Projetos de Pesquisa.
Desse modo, consideramos a viabilidade de nossa proposta a partir dos seguintes aspectos:
1. Do ponto de vista dos custos, observamos que a proposta do DINTER é a que apresenta a melhor relação custo-benefício. Tomando como parâmetro os custos de um único professor cursando doutorado fora do Estado da Paraíba, por um período de quatro anos, considerando apenas a bolsa no valor referencial da CAPES de R$ 1.800, 00 (mil e oitocentos reais) ao longo de 48 meses, chegaremos a um custo aproximado de R$ 86.400,00 (oitenta e seus mil e quatrocentos reais). Se multiplicarmos esse valor por quinze (número de vagas que pleiteamos no DINTER), chegaremos à impressionante cifra de R$ 1.296.000,00 (um milhão e duzentos e noventa e seis mil reais), afora as despesas extras que a UFCG terá com a contratação de professores substitutos que deverão assumir as funções em sala de aula dos que se acharem afastados para doutorado. Deve-se levar em conta, ainda, que os professores envolvidos no programa do DINTER terão liberação apenas parcial de suas atividades durante o período de vigência do curso, devendo cada um dos professores/alunos do programa manter uma carga horária mínima de 20 horas semanais em sua unidade acadêmica (exceto por um período de seis meses que obrigatoriamente será cursado na sede da Instituição Promotora do Programa). Desse modo, a UFCG, será desonerado de parte das despesas com a contratação de professores substitutos, o que torna o DINTER ainda mais atraente do ponto de vista financeiro.
2. Para as Unidades Acadêmicas envolvidas:
a) para a Unidade Acadêmica de História, campus central e campus CFP, o DINTER trará contribuições significativas. Apesar de termos apenas três professores não-doutores nessas duas unidades, o nosso objetivo com o DINTER é fortalecer o PPGH da UFCG, nível mestrado, de modo que cresça o número de pesquisas e de pesquisadores com produção relevantes, de modo que, até 2020, possamos solicitar à CAPES o curso de doutorado em História;
b) compreendemos que a relevância do DINTER em HISTÓRIA para a Unidade Acadêmica de Educação do Campo, integrada ao Centro de Desenvolvimento Sustentável do Semiárido, localizado no Município de Sumé – PB consiste na qualificação do quadro docente neste programa de pós-graduação pela necessidade de formar professores pesquisadores da UFCG que certamente irão garantir o fomento de pesquisas acadêmicas nas quais estarão envolvidos discentes dos cursos de Educação do Campo, Ciências Socais e Gestão Pública. O envolvimento na pesquisa acadêmica em História dos discentes que estão em processo de formação nos seus respectivos cursos garante o aprofundamento necessário em termos teóricos e práticos dos seus conhecimentos por contribuir no desenvolvimento dos saberes que dizem respeito à dimensão humana e demais setores onde se estabelecem as relações humanas de forma sistemática, planejada, metódica e criativa por possibilitar novas percepções sobre a realidade em que estão inseridos e, dessa forma, poderão contribuir para o melhoramento dos problemas da região na medida em que os discentes, através de rigorosos critérios de processamento de informações, irão gerar novos conhecimentos, mediante a problematização das suas realidades.
c) Integrada ao Centro de Humanidades (CH) da Universidade Federal de Campina Grande, a Unidade Acadêmica de Arte e Mídia (UAAMI) é hoje o departamento com o maior número de cursos de graduação do Centro de Humanidades. Criada inicialmente com o bacharelado em Arte e Mídia, a unidade acadêmica se expandiu a partir Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais, o REUNI, passando a ofertar os cursos de graduação em Música (licenciatura e bacharelado) e Comunicação Social (bacharelado). Engajado no Plano de Desenvolvimento da Educação Superior no âmbito da UFCG, e com um considerável número de professores e estudantes matriculados, a UAAMI vê na possibilidade do DINTER entre esta instituição e a renomada Universidade de São Paulo (USP) e, de maneira especial, com o Programa de Pós-graduação em História Social, uma valiosa oportunidade para uma melhor qualificação do corpo docente e, consequentemente, da melhoria do ensino, da pesquisa e da produção acadêmica como um todo, ofertada por esta unidade acadêmica que, vale salientar, recebe estudantes advindos de vários Estados do Nordeste e de outras regiões do o país. O interesse no engajamento da proposta do DINTER desperta a atenção, em especial, neste primeiro momento, de professores integrantes do corpo docente do curso de Comunicação Social, com linha de formação em Educomunicação que vêem uma proposta extremamente convidativa para o seu enriquecimento intelectual. Assim, buscar-se-á, através das questões relativas à História Social, dentre outros objetivos, pensar, investigar e aprofundar o conhecimento no tocante ao processo de construção da própria história do cotidiano e das identidades, a partir da interseção desta com os mais diversos elementos da comunicação que, por sua vez, como tem se percebido, desempenha um papel cada vez mais determinante na sociedade contemporânea.
Procurando atender, fundamentalmente, às necessidades de capacitação de um corpo docente efetivamente voltado para a execução das funções inerentes ao magistério superior, em condições de assumir atividades de pesquisa que dêem conta de um fortalecimento do ensino e, também, das ações de extensão junto à comunidade interna e externa, é que apresentamos um plano de estrutura acadêmica cuja preocupação é atender a um amplo leque de perspectivas.
Desse modo, pensaremos numa estrutura acadêmica voltada não somente para dar vazão às concepções plurais do fazer histórico, permitindo uma saudável convivência e respeito entre as posições contrárias, mas, essencialmente, que propicie a recuperação e o acompanhamento das experiências sociais vividas por diferentes agrupamentos humanos na Paraíba.
Infraestrutura Disponível na Instituição Receptora:
4.2.3 - Infraestrutura a ser oferecida pela UFCG para o DINTER.
Laboratórios
Oferecemos aos alunos e alunas do PPGH um Laboratório Multiusuário de Tecnologias da Informação dos Programas de Pós-Graduação do Centro de Humanidades- UFCG – LABINFO-CH têm como finalidades:
a) Disponibilizar equipamentos de alto nível e caráter multiusuário, bem como os técnicos qualificados para seu manuseio, apoiando atividades de pesquisa, visando o desenvolvimento qualitativo das investigações dos docentes e discentes das pós-graduações do CH;
b) Desenvolver estratégias de agregação de tecnologias voltadas para o uso compartilhado dos equipamentos avançados e de alto custo por parte dos pesquisadores dos programas de pós-graduação do CH-UFCG;
c) Permitir uma gestão adequada na implantação de projetos interdisciplinares em pesquisa básica e aplicada as Ciências Humanas de acordo com as demandas dos programas de pós-graduação do CH-UFCG.
O LABINFO foi resultado de um projeto dos três programas de pós-graduação do Centro de Humanidades (História, Letras e Sociologia), em parceria com o FINEP/CNPQ.
Nestas áreas de pesquisa, novos projetos poderão ser viabilizados com o suporte oferecido pelas tecnologias da informação disponibilizadas com a implantação do LABINFO/CH, possibilitando a delimitação de novos objetos de investigação e a utilização de metodologias de análise até então não exploradas, resultado da instalação das unidades de Geoprocessamento e de tecnologias do audiovisual, previstas para compor o laboratório.
ESPAÇO FÍSICO E EQUIPAMENTOS DO LABORATÓRIO DE PESQUISA E INFORMÁTICA- LABINFO/CH CONTAM COM:
·Sala para dar suporte às atividades de gestão e manutenção do laboratório.
·Uma unidade de tecnologias do audiovisual, com equipamentos digitais para realização de coleta de dados em campo e ferramentas computacionais para tratamento de fotografias, vídeos e para a transcrição de entrevistas ou outros dados em audiovisual.
·Uma sala para realização de reuniões dos grupos de pesquisa que necessitem do uso de tecnologias da informação.
·Uma sala para acolher pesquisadores/professores visitantes.
·Uma sala para o Laboratório de Métodos Quantitativos
·Uma sala para o Laboratório de Estudos da Linguagem, Análises de Discurso e Escrita Antiga.
·Uma sala para o Laboratório de Preservação, conservação e difusão documental de diferentes espécies para formação de um banco de dados, incubando projetos de catalogação documental.
Uma unidade de Geoprocessamento, equipada com mesa digitalizadora, GPS e plotter, entre outros equipamentos.
Uma sala para vídeo-conferência
Recursos de Informática
No que diz respeito aos recursos de informática no Laboratório Multiusuário LABIBNFO os alunos e professores do PPGH têm acesso a uma sala com três unidades de informática interligadas, dotadas de 40 computadores conectados à internet e com programas estatísticos e de tratamento de dados qualitativos, de acesso prioritário para alunos dos programas de pós-graduação do CH, notadamente do PPGH-UFCG, que podem ser utilizadas, também, para oferta de disciplinas e de cursos de curta-duração.
No mesmo LABINFO é disponibilizada uma sala com oito computadores para que os discentes dos PPgs do Centro de Humanidades da UFCG possam desenvolver suas pesquisas via rede de internet.
As salas de aula do PPGH estão dotadas de rede wi-fi, disponibilizadas tanto para docentes quanto para discentes.
Além do LABINFO, dispomos, ainda, do LAEG - Laboratório de Apoio ao Ensino de Graduação. Este Laboratório tem por objetivo possibilitar o acesso do corpo discente do Centro de Humanidades à informática e aos ambientes de pesquisa mediante a internet. Oferece integração e intercâmbio com outros centros acadêmicos e demais setores da atividade humana, em níveis regional, nacional e internacional, através de uma rede de informática entre todos os campi da UFCG e sua conexão com a Rede Mundial de Computadores. O LAEG foi reformado no ano de 2012, ampliando seu espaço físico e o número de máquinas, atendendo tanto a alunos da graduação quanto da pós-graduação.
Biblioteca
Os alunos do PPGH têm acesso às seguintes bibliotecas: a biblioteca central da UFCG, a biblioteca do PPGH e a biblioteca do Centro de Humanidades que congrega os cursos de pós-graduação. Em
todos constam livros e periódicos das ciências sociais e humanas, com notável volume de obras de interesse do historiador.
É importante registrar que o Centro de Humanidades da UFCG, em 2013, conseguiu um novo espaço para a biblioteca, no 2º Andar do prédio novo onde localiza-se atualmente o PPGH. Foi arquitetado um ótimo espaço físico para o ambiente onde ficarão organizados o acervo, o ambiente para consulentes, a coordenação e secretaria da biblioteca.
A Biblioteca Central possui um acervo composto por aproximadamente 2.600 (dois mil e seiscentos) títulos até então catalogados na área de História, distribuídos nas áreas de História Geral, História do Brasil (Colônia, Império, República), História da América, História da África, Historiografia, História da Paraíba, História Regional, Metodologia e Teoria da História. Há computadores para pesquisa pública, acervo de revistas e periódicos nacionais e internacionais, incluindo Revistas como Tempo Social, Ciência Hoje, Caderno CEDES, Educação e Sociedade, Ciência e Cultura, dentre outros disponíveis para pesquisa no primeiro piso da Biblioteca. A Biblioteca Setorial em sua Seção de Periódicos disponibiliza seis computadores para pesquisa na internet, com acesso direto ao Portal de Periódicos da CAPES.
Outras informações
Entre os espaços destinados, especificamente, ao PPGH conquistados entre 2011 e 2012 no prédio novo com seis andares destacam-se,
Térrreo:
Auditório para 100 pessoas.
1º Andar:
Hall de entrada das salas do PPGH destinado a ser um espaço de recepção dos visitantes do PPGH
·Sala de Coordenação e Secretaria do PPGH
·Sala de apoio aos discentes do PPGH
·Duas salas de aula com capacidade para até 36 discentes
-Um mini-auditório com toda a estrutura audiovisual com 50 lugares
5º Andar
Todo andar é destinado à Unidade Acadêmica de História, comportando:
·Gabinetes para os professores do PPGH-UFCG e do Curso de Graduação em História (dois professores por sala)
·Sala para o Grupo PET-UAHIS
·Sala para o Laboratório de Ensino de História
·Sala para Grupos de Pesquisa do PPGH-UFCG
·Sala do Projeto Memória
.Sala do PIATI
·Sala para o Setor de Documentação e História regional vinculado ao PPGH-UFCG.
- Bloco BH
- Sala do grupo de pesquisa em História das Práticas e Saberes Médicos.