Infraestrutura Disponível na Instituição Receptora:
A FADISI conta hoje com uma grande estrutura física composta de 22 salas climatizadas, com um auditório com capacidade para 210 pessoas, refeitório para 50 pessoas, Secretaria, Direção Acadêmica, Sala de TI, Direção Administrativa, Direção Financeira, salas das Coordenações de curso, sala da coordenação de Pós-graduação, cabines para professores de tempo integral, sala do Núcleo Docente Estruturante e da Comissão Própria de Avaliação, sala de professores, sala de informática, biblioteca na área teológica e filosófica. Conta, ainda, com um amplo estacionamento e uma grande área verde, que compõe o campus da nossa faculdade.
A FADISI mantém dois cursos de graduação: um em Teologia Bacharelado (Port. n. 1039 de 23 de Dezembro de 2015) e outro em Filosofia Bacharelado (Port. n. 294 de 07 de julho de 2016). E destaca-se que, de toda a Região Norte, apenas a FADISI oferece um curso de Teologia reconhecido pelo MEC (Conceito 4). A faculdade ainda realiza cursos de pós-graduação Lato sensu e vários cursos de extensão nas diversas áreas da Teologia e da Filosofia. Já temos aprovado pelo MEC o curso de Filosofia Licenciatura e, hoje, planejamos a implantação do curso de Pedagogia, entendendo a necessidade que a rede estadual e municipal, assim como as escolas paroquiais têm de um profissional com essa formação.
A FADISI mantém parceria para uso de acervo bibliográfico bem como para projetos de pesquisa e extensão com a Universidade Federal do Acre (UFAC) e com a Faculdade da Amazônia Ocidental (FAAO). Tal parceria se estende também a grupos de outras denominações religiosas cristãs e não cristãs, tais como o grupo Fé e Política, que incorpora o Centro Santo Daime. Este dispõe de um acervo bibliográfico de aproximadamente 13 mil exemplares.
Na opção pelos pobres excluídos, a Igreja Católica fez uma verdadeira revolução social organizando as comunidades de base, através das quais as pastorais que atuam nos diversos setores da sociedade têm buscado soluções para graves problemas tais como: da mortalidade infantil, do analfabetismo, da prostituição na infância, da velhice desamparada, dos seringueiros expulsos de suas colocações, da falta de saúde, das questões indigenistas e carcerárias, da recuperação de dependentes químicos e alcoólatras, com visíveis resultados e reconhecimentos nacional e internacional. Mas, a Igreja quer essas mudanças operadas no sentido da transformação, da promoção humana, da reconquista da dignidade e da construção da cidadania.
Esses ideais de mudanças, entretanto, pedem competência na área do conhecimento, capacidade de mobilizar recursos, domínio tecnológico e a prática de ações que se organizam, também, a partir de um tempo futuro. E, dessa forma enfrentar a celeridade com que se operam os avanços científicos, os novos modelos teóricos, as distâncias entre o homem e a humanidade, resultadas desse processo, e a reorganização do cenário sócio-político e econômico que se configura entre os diferentes países e nações.
Nesse sentido, entende a Diocese de Rio Branco que o preparo universitário dos seus educadores e professores da FADISI, assim como docentes de todo o Estado, é necessário e deve favorecer ao desenvolvimento de competências para ações estratégicas de um plano de qualificação para o mercado de trabalho e assim, o desenvolvimento educacional e social desta região.
Destaca-se que o número de profissionais em nosso Estado com formação stricto sensu, ainda é incipiente. E a maioria destes faz parte, exclusivamente, do quadro docente da Universidade Federal do Acre. Vale salientar, que esta mesma instituição, já formou mais de 80 mestres nas áreas de Educação, Letras e Ciências da Natureza. Profissionais, estes, que anseiam por uma oportunidade de ascensão em suas carreiras, pois o Estado, a federação e a rede privada nunca ofertaram doutorado ou dinter na área de Educação. Para a formação em stricto sensu, de forma geral, até os dias de hoje, apenas a Universidade Federal do Acre tem oferta.
No seu compromisso com o contexto regional, a faculdade deve voltar-se para um conjunto de projetos e programas que envolvam os acadêmicos em ações de defesa do patrimônio ecológico, da preservação do meio ambiente e o desenvolvimento de valores relacionados ao equilíbrio, à justiça, à espiritualidade e ao dinamismo ao lado de estudo intenso da cultura, das ciências, da ética e da sociedade, fortalecendo uma participação abrangente nos vários aspectos da potencialidade humana, integrando as atividades humanísticas, científicas e tecnológicas. Aspectos estes no âmbito das diversas áreas da educação.
Contextualização da Instituição Receptora
O Acre, localizado no extremo oeste da Região Norte do Brasil, faz fronteira com os Estados do Amazonas e Rondônia, e também com o Peru e a Bolívia. Sua superfície territorial é de 164.123,737 km², o correspondente a 3,2% da Amazônia brasileira e 1, 8% do território nacional. O Estado do Acre tem uma população estimada de 790.101 habitantes, em 2014, resultando em densidade demográfica de 4,47 hab./km² (IBGE, 2015).
Além da maior biodiversidade da floresta, no Estado do Acre, existe, também, a maior diversidade cultural do País, que inclui 15 etnias, portanto, 15 línguas. Habitam o meio rural as populações constituídas pelos índios, ribeirinhos, seringueiros, pecuaristas e colonos.
O crescimento populacional no Estado ocorreu historicamente como consequência de movimentos migratórios determinados pelas políticas econômicas e públicas. A primeira grande leva de imigrantes ocorreu durante a fundação da nova unidade federativa (1902-1903), mas até mesmo antes desta data, já se tem notícias de nordestinos e estrangeiros que, atraídos pelo “ouro negro”, começam a penetrar a região que hoje corresponde ao Acre. A segunda grande “onda” de imigrantes chegou à década de 40, quando os nordestinos encontraram, na extração da borracha, uma maneira de não servirem ao exército na II Guerra Mundial.
A partir da década de 80, com a abertura de estradas e a expansão da pecuária, o Estado recebeu imigrantes das regiões centro, sul e norte do país. Nos últimos trinta anos, a população local passou de 215 mil habitantes para aproximadamente 790.101 mil habitantes (IBGE, 2015), dos quais 65% na área urbana e 35% na área rural. A capital ainda concentra o maior número de habitantes: aproximadamente 50% do total populacional.
A população indígena acreana, atualmente estimada em 17.578 pessoas (IBGE, 2010) é formada por diferentes povos, falantes de línguas Pano, Aruak e Arawá. Nos últimos 25 anos, foram reconhecidas pelo governo federal 28 reservas indígenas no Acre, 17 delas, que representam 71,3% da extensão do território nativo, foram homologadas por decretos presidenciais.
Em especial, a relação do homem acreano com a natureza é marcada por três grandes políticas de desenvolvimento da Amazônia acreana, nas regiões do Alto Acre e Purus, tendo na política do extrativismo da borracha (1903-1961), o seu marco inicial e referencial cultural. A segunda, iniciado com a política da elevação do Acre à Estado da Federação, passando pelo governo militar até a unificação dos partidos de esquerda no Acre, período denominado de “pecuarização” (1962-1998), e a terceira, a assim chamada, do “desenvolvimento sustentável madeireiro”, a partir do primeiro mandato do governador Jorge Ney Viana Macedo, em 1999. Esses projetos são caracterizados como: “extrativismo”, “pecuarização” e o “desenvolvimento sustentável madeireiro”.
Os planos governamentais têm definido como prioridade uma política de desenvolvimento sustentável com ênfase na consolidação da estabilidade econômica, visando a melhoria de vida dos cidadãos e a garantia da equidade social. Essas prioridades determinam algumas vertentes para construção e implementação de políticas públicas nas quais a educação se torna um dos eixos centrais e, na sua função social, a Instituição de Ensino Superior tem papel fundamental podendo contribuir, junto à comunidade na superação de desigualdades sociais, ético racial e de gênero, presentes na sociedade, com ações que propicie a capacidade de participação na definição, execução e acompanhamento de políticas de seu interesse, bem como, no preparo do cidadão para lutar por seus direitos e para enfrentar preconceitos e, assim, corrigir a histórica desigualdade, superar a pobreza com seu trabalho e inventividade.
A cultura do Acre é muito parecida com a dos outros Estados da Região Norte, porém há uma grande presença da cultura nordestina. A comida típica utiliza o pato e o pirarucu, que herdou dos índios e o bobó de camarão, vatapá e carne de sol com macaxeira, trazido do Nordeste brasileiro logo quando iniciou a extração do látex já que muitos nordestinos migraram para o Acre tentando uma melhor qualidade de vida.
O estudo do Estado do Acre revelou uma enorme diversidade de bens e práticas culturais. O Daime é um exemplo de manifestação cultural que se contrapõe à ideia de infância cultural do Acre e ausência de tradições próprias onde o Estado só apresentaria manifestações típicas de outras regiões e trazidas sem nenhuma transformação com a migração e que teria como consequência uma visão que desabona a ideia da existência de patrimônio cultural ou de bens e práticas culturais próprios. No caso do Daime, os vários elementos se fundiram em um elemento novo que não se reduz à soma das partes.
Merece destaque, entretanto a contribuição inteligente ao projeto de preservação do ecossistema que a faculdade pode dar com a participação ativa dos seus dois cursos, Teologia e Filosofia, bacharelado, inclusive através da participação histórica nas grandes lutas. Nesse sentido, fomentamos sempre a reflexão: Qual é a nossa participação e o que podemos fazer para mudar a realidade de destruição da Amazônia? E uma das respostas que encontramos é a Educação.
Tudo isso exige a identificação de um novo ethos para a Educação Superior no país, o ethos da participação transformadora. Como ethos de emancipação, articulação entre organismos públicos e privados além de buscar a superação da dicotomia público x privado, pobre x rico etc. deve objetivar a integração de um Ensino Superior direcionada à diversidade regional, sobrelevando a Amazônia como esperança de vida para a humanidade.
No âmago dessas questões está a situação educacional. O abandono a que foi submetido o Estado que, por várias décadas após a sua anexação ao país, deixou-lhe o triste legado do analfabetismo e a baixa qualidade do ensino, aspectos ainda hoje, não superados.
O Ensino Superior, por sua vez, deixa um déficit incalculável de educação nas diversas áreas do ensino. Implantou-se no final da década de 1960 com o curso de direito da Universidade Federal do Acre que ampliou a sua oferta a partir dos anos 1970 com a criação de outros cursos da área de magistério. Há apenas 15 anos iniciou-se a instalação de cursos pela iniciativa privada de modo que hoje a cidade conta com três grandes faculdades particulares: UNINORTE, FAAO e FAMETA, além de outras de menor porte, tais como FADISI e SINAL. Entretanto há pólos de outros importantes Centros Universitários, tais como UNOPAR, UNIP E CLARETIANOS.
Sendo o Ensino Superior o lugar de maior densidade da experiência humana, blob:https://web.whatsapp.com/d904a548-31dc-454d-b5f0-067f6e99675desse saber, essa forma de entender o mundo o faz sedutor e transformador para, entre outros aspectos refletir a realidade de um homem que se espedaça num choque com a natureza por ele destruída.
Concepção e Finalidades
A concepção de formação humanística que fundamenta os cursos da Faculdade Diocesana São José aponta para a integração de importante dualidade: a teórica que está alicerçada nos conteúdos com raízes sólidas, que leve em conta o mundo atual e que desenvolva um diálogo com os principais ramos das ciências humanas, da antropologia cultural, da psicologia, da sociologia, da história, contudo, sobrelevando o mérito ético e formativo, o valor moral axiológico das coisas e o humanismo que busque, além de uma teoria sobre o homem, a concepção de ideários e ações para interferir nas estruturas socioeconômicas que se sobrepõem ao valor humano, para que se alcance a missão de promover as pessoas e a convivência na paz, objetivo este almejado por esta instituição de ensino superior confessional. Além de, a busca pela sustentação da capacidade reflexiva e, da capacidade de mobilizar conhecimentos, habilidades e atitudes na solução de situações da vida real.
Relevância
A parceria entre PUCPR e FADISI constitui-se numa iniciativa relevante, não apenas em nível estadual, mas também regional e internacional, já que busca contribuir para a qualificação de docentes do ensino superior, através do processo de expansão da Pós-graduação Stricto sensu em locais mais distantes dos grandes centros urbanos, com características e condições socioculturais específicas, de uma região com situação econômica abaixo da média, mas que também se destaca pela sua riqueza cultural e ambiental; e pela proximidade que a tríplice fronteira nos possibilita a outros povos.
A relevância institucional do Dinter se apresenta visto que, a FADISI tem como um dos seus objetivos a formação de excelência do seu quadro docente, a fim de promover uma educação superior que contribua para o desenvolvimento regional, e, acima de tudo, humano e social. Hoje, o quadro permanente de docentes da FADISI conta apenas com 3 doutores (sendo 2 deles com vínculo de voluntariado), 8 mestres (outros dois estão finalizando um Minter) e 07 especialistas.
De um levantamento prévio de interesse em um Dinter em Educação, além dos docentes da FADISI, manifestaram-se docentes de outras instituições de ensino superior, assim como egressos do mestrado em educação da Universidade Federal do Acre, dentre outros.
Faz-se importante frisar que a FADISI procura o fortalecimento da pesquisa, da qualificação de seu quadro docente e da produção científica. Nesse sentido, a IES tem investido sistematicamente na qualificação dos seus professores, contando com dois programas, Lato Sensu, de pós-graduação, vários cursos de extensão. A instituição desenvolveu ainda um Programa Stricto Sensu, Minter, em parceria com a Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (concluído em 2017).
O projeto do DINTER PUCPR-FADISI é de grande relevância para o desenvolvimento regional, já que o Acre também é formador de profissionais que atuam em pequenas comunidades de outros Estados como Rondônia e Amazonas (Boca do Acre), pela sua proximidade territorial. Assim, urge a necessidade de qualificação profissional docente, para que a FADISI se consolide como centro formativo na Tríplice fronteira, já que o Acre faz fronteira com o Peru e Bolívia, áreas também muito carentes de formação.
Impactos da Proposta
O projeto visa à formação de 15 doutores em Educação, cuja atuação futura na FADISI contribuirá para a consolidação dos grupos de pesquisa existentes, bem como as linhas de pós-graduação Lato sensu na área da educação e áreas afins. A formação de doutores na FADISI, especialmente, favorecerá o desenvolvimento de condições acadêmicas para a solidificação do programa de pós-graduação em Teologia, Filosofia e Educação. Deve-se observar que pela inexistência de um programa deste perfil, a busca pelo mesmo em outros Estados, torna-se muitas vezes a única opção. Por outro lado, essa opção se torna inviável para a maioria pela necessidade de grande investimento financeiro e de deslocamento.
Outros impactos do Dinter PUCPR/FADISI:
- Qualificação do quadro docente da FADISI;
- Contribuição para o fortalecimento do programa de pós-graduação Lato sensu.
- Estímulo à produção científica do quadro docente da FADISI a ser atendido pelo curso de Doutorado.
- Fortalecimento da rede de colaboração entre instituições de ensino superior.
- Identificação de oportunidades para o aprofundamento teórico-científico e aplicado na área de concentração do curso.
- Qualificação de pesquisadores para um desempenho destacado em organizações por meio do desenvolvimento de competências para a pesquisa e análise crítica de práticas educativas na região amazônica.
- Incentivo à prática de iniciação científica na região amazônica no campo educacional.
- Fomento de uma cultura de integração entre ensino, pesquisa e extensão na FADISI.
- Fomento ao desenvolvimento social e educacional da Região Norte.